Artigo de Marcio Doctors sobre acervo de Hélio Oiticica
O curador da Fundação Eva Klabin, Marcio Doctors, fala sobre a dor da perda de boa parte da obra de Hélio Oiticica, em artigo para o Segundo Caderno do Globo de hoje.
Meu nome é marcelo lachter, sou livreiro e não me conformo com a perda de 90% da obra de um artista. Significa dizer que não há mais quase nada de Hélio Oiticica. O que há são as imagens digitalizdas. Daqui para a frente, a obra de Helío Oiticia, só de ouvir falar. Já era. Virou pó.
Gostarria de saber o seguinte:
1) O que aconteceu? Como e porque pegou fogo? 2) Porque um artista que tem um museu para si estava com suas obras numa casa da Zona Sul? 3) Como o acervo se incendiou se as pessoas estavam em casa? 4) O que a família deve à sociedade brasileira? O que a família deve a mim, que fiquei sem a obra? Não falo de dinheiro, naturalmente. Mas o fato é que antes eu tinha, eu era possuidor, de uma coisa preciosa. Qualquer dúvida que tivesse era só correr ali no centro do Rio e olhar mais uma vez e entender qulquer que fosse o ponto do momento. Agora não tenho mais nada. Não é que alguém tenha que "pagar". Não é isso. Não há o que pagar. MAS EU, COMO BRASILEIRO, NÃO QUERO MAIS FAMÍLIAS CUIDANDO DA OBRA DE ARTISTAS.
A Fundação Eva Klabin é uma casa-museu, aberta à visitação, que reune um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, contando com mais de duas mil peças, do Egito Antigo ao Impressionismo. Sua programação cultural inclui visitas, música, exposições, cursos, palestras, seminários e outros eventos. Fundação Eva Klabin Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa (como chegar) Tels: 3202-8550 / 3202-8554
E-mail: cultura@evaklabin.org.br Dias e horários: terça a domingo, das 14 às 18h. Sem agendamento.
Ingresso: R$ 10,00 Estudantes e maiores de 60 anos: R$ 5,00. Gratuidade: crianças até 10 anos todos os dias e público em geral aos domingos. Visitas com grupos agendados: saiba mais clicando aqui
Meu nome é marcelo lachter, sou livreiro e não me conformo com a perda de 90% da obra de um artista. Significa dizer que não há mais quase nada de Hélio Oiticica. O que há são as imagens digitalizdas. Daqui para a frente, a obra de Helío Oiticia, só de ouvir falar. Já era. Virou pó.
ResponderExcluirGostarria de saber o seguinte:
1) O que aconteceu? Como e porque pegou fogo?
2) Porque um artista que tem um museu para si estava com suas obras numa casa da Zona Sul?
3) Como o acervo se incendiou se as pessoas estavam em casa?
4) O que a família deve à sociedade brasileira? O que a família deve a mim, que fiquei sem a obra? Não falo de dinheiro, naturalmente. Mas o fato é que antes eu tinha, eu era possuidor, de uma coisa preciosa. Qualquer dúvida que tivesse era só correr ali no centro do Rio e olhar mais uma vez e entender qulquer que fosse o ponto do momento. Agora não tenho mais nada. Não é que alguém tenha que "pagar". Não é isso. Não há o que pagar. MAS EU, COMO BRASILEIRO, NÃO QUERO MAIS FAMÍLIAS CUIDANDO DA OBRA DE ARTISTAS.