Plataforma de pesquisa
programa de divulgação de teses universitárias em arte
Com Paulo Venancio Filho
curador, crítico de arte e professor da EBA-UFRJ
O MODERNO SOMBRIO
CORNÉLIO PENNA/GOELDI/ MÁRIO PEIXOTO
27 de setembro, terça-feira, às 17:00h
Entrada Gratuita
Resumo
Por que em plena e irremediável liquidação do Brasil rural, na ascendente do processo de urbanização acelerada da sociedade brasileira e hegemonia das grandes cidades, um escritor, Cornélio Penna, se volta para a grande fazenda cafeeira e escravista do século XIX; um cineasta, Mário Peixoto, filma uma história enigmática ambientada numa vila praieira esquecida do litoral fluminense, e um desenhista e gravador, Oswaldo Goeldi, revela o mundo abandonado dos casarões arruinados dos subúrbios do Rio de Janeiro oitocentista? O que observavam não era uma aurora radiosa, mas um mundo compactado nas sombras - a permanência ainda dos traços peculiares à sociedade patriarcal, escravista, rural, que o Brasil foi durante séculos. E isso observado muito depois do modernismo “solar” da Semana de 22. O que o aparato moderno pertinente à arte do século XX e a ela sugerida indicava era a possibilidade de liquidação, ou incorporação, desses traços no quadro do progresso, sem o prejuízo de nossas peculiaridades, em soluções francamente otimistas como apontava o Manifesto Antropófago de 1922, porém, ao lado disso, um "moderno sombrio" permaneceu subterrâneo.
Paulo Venancio Filho é curador, crítico de arte, professor titular na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do CNPq. É autor de textos de livros e catálogos sobre vários artistas brasileiros entre eles Antonio Manuel, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Pape, Waltércio Caldas, Mira Schendel, Franz Weissmann, Iole de Freitas, Carlos Zilio, Anna Maria Maiolino, Nuno Ramos entre outros.
coordenação: Marcio Doctors
consultoria: Gloria Ferreira
imagem: cena do filme Limite de Mário Peixoto
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